terça-feira, 25 de maio de 2010

conversando...

falando de mulheres negras



assistimos o vídeo da tv cultura que fala sobre a vida de auta de sousa e elizeth cardoso.

aproveitando o conteúdo de história e geografia, que trata da colonização brasileira, conversamos sobre como o patriarcado fez/ faz com que a história de nós mulheres negras sejam invisibilizadas, nesse caso resultado de duas coisas: machismo + racismo.

interessante é que as crianças entenderam essa lógica e expressaram esse pensamento em nossa roda de conversa.

detalhe: nunca haviam ouvido ou lido a história dessas duas mulheres.

avaliando que nossos passos vem de longe




saber que trazemos influências de rainhas gurreiras e que já fizemos parte de um sistema matriarcal em que o lema sempre foi solidariedade foi o que conversamos, vimos em um vídeo da tv cultura e lemos em textos como o da citação abaixo.

"Nos diferentes grupos étnicos africanos que foram trazidos para o Brasil, a intervenção feminina foi sempre muito considerada. As mulheres cumpriam um importante papel nos momentos de decisões, nas relações comerciais e mesmo na condução/administração de reinos.
O papel que a mulher exercia nas sociedades africanas influenciou sobremaneira os movimentos de resistência negra no período colonial brasileiro.
Eram rainhas, mediadoras, sábias, curandeiras, comerciantes, chefes de família, de Estado e líderes de grande respeito. Temos, como exemplo, a Rainha Nzinga Mbandi (lutou pela libertação do seu povo e contra as incursões portuguesas na região de Congo-Angola no séc. XVI); Agotime Maria Mineira Naê (veio da África para o Brasil no século XVIII e fundou a Casa das Minas que desempenhou papel fundamental na resistência cultural e religiosa); Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz (condenada pela Igreja Católica, foi a primeira africana no Brasil a escrever um livro, no século XVIII). Se avançarmos mais para a Antiguidade, ainda podemos citar Cleópatra (detinha toda a autoridade política de seu país, o Egito) e Candaces (nome dado às 14 rainhas que governaram o Império Méroe, Etiópia e que simboliza a luta e poder feminino por seu território e tradições)."
(Contando o conto sem retirar um ponto: a mulher africana e a colonização brasileira)


ao ouvir a canção Candaces (2007) da escola de samba Salgueiro (RJ) e apreciar as imagens, as crianças questionaram sobre os novos termos, palavras até então desconhecidas. coversamos sobre essas palavras e seus significados.


Candaces (2007)
Salgueiro (RJ)
Composição: Dudu Botelho, Marcelo Motta, Zé Paulo e Luiz Pião

Majestosa áfrica
Berço dos meus ancestrais
Reflete no espelho da vida
A saga das negras e seus ideais
Mães feiticeiras, donas do destino...
Senhoras do ventre do mundo
Raiz da criação
Do mito a história
Encanto e beleza
Seduzindo a realeza

Candaces mulheres, guerreiras
Na luta... justiça e liberdade
Rainhas soberanas
Florescendo pra eternidade (bis)

Novo mundo, novos tempos
O suor da escravidão
A bravura persistiu
Aportaram em nosso chão
Na bahia, alforria
Nas feiras tradição
Mães de santo, mães do samba!
Pedem proteção
E nesse canto de fé
Salgueiro traz o axé
E faz a louvação

Odoyá, iemanjá; saluba nanã
Eparrei oyá
Orayê yê o, oxum
Oba xi obá (bis)

imagens: http://balto.sites.uol.com.br/icandaces.JPG
http://www.collinsmetu.com/blog/uploads/ct-tate_30.jpg

vista minha pele


pra início de conversa, depois de já ter conversado muito, vimos o filme do joel zito araújo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

o início...

ouvir para saber:

África (Palavra Cantada)

Quem não sabe onde é o Sudão
saberá
A Nigéria o Gabão
Ruanda
Quem não sabe onde fica o Senegal,
A Tanzânia e a Namíbia,
Guiné Bissau
Todo o povo do Japão
Saberá

De onde veio o
Leão de Judá
Alemanha e Canadá
Saberão
Toda a gente da Bahia
sabe já
De onde vem a melodia
Do ijexá
o sol nasce todo dia
Vem de lá

Entre o Oriente e ocidente
Onde fica?
Qual a origem de gente?
Onde fica?
África fica no meio do mapa do mundo do
atlas da vida
Áfricas ficam na África que fica lá e aqui
África ficará

Basta atravessar o mar
pra chegar
Onde cresce o Baobá
pra saber
Da floresta de Oxalá
E malê
Do deserto de Alah
Do ilê
Banto mulçumanagô
Yorubá

O projeto história de mulheres negras é pensado coletivamente quando a professora e alun@s observam que o conteúdo descrito no currículo para 4ª série do ensino fundamental, ao mencionar aspectos da colonização no brasil como resistência negra, deixam de fora a trajetória das mulheres que há muito tempo constituem-se firmes e fortes no sistema patriarcal inventado não por elas (não por nós) .
A discussão fica mais profunda quando analisamos que as mulheres negras exerceram papéis fundamentais contra a escravidão e por conta do machismo e racismo tiveram suas histórias mal contadas ou invisibilizadas.

assim investigamos a localização do continente africano por meio da visualização de mapas aprendendo coisas importantes como:

a áfrica não é um país , é berço da humanidade como comprovam os estudos.

"A África é um continente rico em história, em diversidade de povos, de culturas, de línguas, de crenças e de conhecimentos científicos que foram apropriados por outros povos. Muito dos “saberes e fazeres” dos povos da África foram trazidos para as Américas, a partir do século XVI, por aqueles africanos retirados de suas comunidades de origem e tornados escravos no “Novo Mundo”."

(citação retirada do texto Contando o conto sem retirar um ponto: a mulher africana e a colonização brasileira)

identificar os continentes no mapa mundi, pintar mapas dos continentes, conhecer o continente africano e ouvir a professora narrar o trânsito pelo atlântico, das mulheres negras paras as américas foi assunto que rendeu pra mais de uma aula, fazendo com que nossas aulas de história e geografia sobre colonização do brasil nos trouxessem reflexões do que acontecia nessa passagem, dentro dos navios e as formas de resistência a escravidão que já acontecia.

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registro do projeto história de mulheres negras, na tentativa de que nossas histórias não sejam mal contadas ou invisibilizadas.